terça-feira, 11 de setembro de 2007

Novela da Plataforma



Novela. Essa é a palavra que uso para explicar como se encontra a chegada do casco que será a futura platorma petrolífera da Petrobrás. Estou desde o dia 25 de agosto esperando por esse grande momento. Ela já está fundeada a cerca de 5 milhas dos molhes da barra, mas, devido às várias operações (troca da água de lastro, rebocagem para outros pontos, etc), ainda não ocorreu a entrada pelo canal. Era pra ser ontem de manhã. Um público grande estava presente, desde as 6 da manhã, nos molhes. Infelizmente, alguns cabos dos rebocadores se partiram e a operação será redefinida após reuniões de hoje à noite. Tenho um amigo que trabalha na empresa responsável pela instalação dos módulos na plataforma. Ele tem todas as notícias quentinhas, e vai me mandar uma mensagem pro celular no momento definitivo da entrada no canal. Se ele não mandou ainda, é porque o operação ainda não foi acertada. Espero que ainda essa semana a novela termine.
Na seqüência, a última repostagem divulgada ontem pelo Jornal Agora, de Rio Grande. A foto mostrada acima também é de autoria do mesmo jornal.

A operação para entrada do casco da plataforma de petróleo P-53 no Porto do Rio Grande chegou a ser iniciada, ontem, às 8h, mas acabou sendo abortada quando estava a 1,5 milha dos Molhes da Barra, próximo ao par de bóias um e dois. O motivo foi o rompimento de dois cabos de dois dos cinco rebocadores que a conduziam. O rompimento dos cabos dos rebocadores Abaiz e Safira, que atuavam na popa da plataforma, responsáveis por fazê-la girar (eles fazem o serviço de leme direcional do casco), aconteceu durante a movimentação, por volta das 9h30min. Após o acontecimento, ela foi levada para a posição de cinco milhas dos Molhes da Barra.
O tempo necessário para o deslocamento até as cinco milhas dos molhes, em torno de duas horas, e para troca dos cabos, que demandaria aproximadamente três horas, inviabilizou a realização da operação ontem, uma vez que ela deve ser feita à luz do dia para que o processo ocorra com segurança. Conforme o capitão dos portos do Rio Grande do Sul, Paulo Geraldo Lavigne Britto, o rompimento de cabos de rebocadores não era esperado, mas é algo que pode ocorrer e as causas estavam sendo verificadas pela Petrobras. Segundo ele, as condições climáticas estavam favoráveis à realização da operação.
Segundo informou o tenente Rubem Dario, chefe do Departamento de Segurança do Tráfego Aquaviário da Capitania, os cabos utilizados pelos rebocadores são de aço. No momento em que ocorreu o rompimento, o casco ficou sem governo na popa e acabou encostando na bóia dois, porém, conforme Rubem Dario, não houve avarias na bóia e nem no casco da plataforma. O diretor de suporte corporativo à gestão da Quip S/A, Marcos Reis, disse considerar normal o problema ocorrido. Explicou que, em uma operação deste porte, podem ocorrer problemas operacionais e climáticos. "Não se sabe ainda o que causou, mas isso (a causa) não tem muita importância porque é normal ocorrer rompimento de cabos em reboques", observou.
Conforme Reis, ontem as previsões do tempo para esta terça-feira eram boas e a questão operacional estava sendo corrigida pela Petrobras e Praticagem da Barra. "A Petrobras e a Praticagem são altamente capazes e o princípio é a segurança". A Quip S/A, responsável pela construção de módulos da P-53 e integração destes ao casco, não atua nesta parte da operação de entrada da plataforma. Cabe à Quip a parte final, que é a atracação e amarração do casco ao cais.
Em nota divulgada após o acontecimento, a Petrobras chegou a informar que a operação poderia ser realizada nesta terça-feira, 11, se as condições climáticas estivessem favoráveis. Já à noite, a Capitania dos Portos comunicou que não haverá nova tentativa hoje, pois estavam ocorrendo reuniões para escolher a melhor linha de ação a ser adotada para o reboque do casco para o interior do porto.

O anúncio da entrada da P-53 no porto atraiu centenas de pessoas para os Molhes da Barra e beira do canal de acesso, na área do Superporto, na manhã de ontem. Muitas levantaram de madrugada para não perder sua passagem nos molhes, já que a previsão era que o processo de entrada no porto começasse por volta das 6h. Tais Pedroso Costa, 32 anos, residente no Cassino, por exemplo, levantou às 5h30min e às 6h já estava no Molhe Oeste, aguardando a P-53. Ela contou ter sido movida pela curiosidade de conhecer uma plataforma. E não foi sozinha, pois o marido, o filho de oito anos e um primo foram com ela. "É um acontecimento muito importante para Rio Grande, para a economia e geração de emprego", salientou. O policial militar Antônio Marcos Melo da Silva, 37 anos, também foi cedo para o Molhe Oeste, pois disse nunca ter visto uma plataforma e não queria perder a oportunidade. Como ela não entrou, ficou "um pouco frustrado", mas já que estava lá iria esperar até o meio-dia, para ver se a operação não seria retomada. "Enquanto isso, aproveito a paisagem", destacou. Diversas pessoas não se contentaram em ficar no início do molhe. Foram até a ponta, de onde era possível ver a P-53 de longe, meio encoberta pela serração.
(Carmem Ziebell).