sábado, 11 de agosto de 2007
Compras
Colegas de apartamento
Atividades/notícias do Dia 11
Todas as fotos nesse post são de minha autoria.
Dormi até as 10h. Acordei e fui conhecer a Feira Livre da cidade. Fica próxima ao posto da Neto. É uma feira muito tradicional na cidade e é comprida... Comprei ovos, pimentão, tomate e banana. Também comprei um produto típico, as famosas balinhas de mel. Uma gostosura. Mas o mais legal esteve por conta da Jurupira, a bebida símbolo da cidade.. Trata-se de uma bebida alcóolica, trazida para a Ilha dos Marinheiros pelos imigrantes portugueses. A tradição continua por mais de 200 anos. É uma mistura de sumo de uva com álcool. Mas não é tão simples o preparo e nem todas as famílias da Ilha dominam a técnica. Uma bebida que se serve como um vinho ou um licor. Adorei, o sabor é único no mundo (ver foto em destaque)!
Almoçei dois cachorros-quentes (descobri uma banca de rua pertinho de casa) e me preparei para ir com os escoteiros do mar Riachuelo em um acampamento. Infelizmente, foi adiado para o dia 25. Estava até com minha roupa de explorador, botas e tudo o que precisava na meia-mochila. Tratei de ir só com a roupa do corpo e um agasalho, pensando em dormir o mínimo, num cantinho. Até mesmo porque iria ter caminhada noturna!
O local é muito bonito, chama-se Quitéria (passando o bairro da Quinta). Pelo que me contaram, há vários morros de areia, sendo os melhores pontos naturais de observação do Litoral Sul. O acampamento será em uma fazenda da região. A atividade promete!!!
Ficando no grupo a tarde toda, consegui emprastado dois livros para a preparação do brevê de marinheiro. Navegar é fácil (apenas a parte 1 para arrais) e Livro de Bolso (Trilegal no mar, com todas as normalizações que regem esse mundo).
Mais tarde, fui conhecer o Clube de Regatas de Rio Grande, um dos mais antigos do país (1897). Até ganhei uma proposta para me associar (fotos em destaque).
O Clube está muito mal-cuidado, mas tem a vantagem de ter uma boa saída para a lagoa, especialmente para embarcações pequenas. Localiza-se bem no início do canal e é possível ver a Bóia que demarca o canal, as varetas de sinalização, equipamentos para coleta de dados meteorológicos e a Ilha da Base de Hilicópteros da Marinha, do outro lado. O Navio Hidrológico da Marinha, o H18, também estava lá ancorado (fotos 1-7).
Próximo domingo, estará chegando ao Superporto a P-53. Trata-se de um transatlântico desativado, de 343 m, o maior do mundo já construído. Comprado da Singapura pela Petrobrás, receberá os módulos em Rio Grande daquela que será a primeira plataforma de petróleo móvel a operar no mundo. Após a primeira instalação dos módulo (depois ela seguirá para Niterói, no Rio), ela atingirá a impressionante altura de 140 metros! Por isso, muitos serviços do canal tiveram que ser reinventados, uma vez que Rio Grande está se tornando um importante Pólo Naval do Mercosul. Duas medidas foram tomadas. Uma, o aprofundamento do canal, passando de 45 para 60 pés. Um amigo meu do mestrado, quando trabalhava na empresa de consultoria oceanográfica Atlântica, auxiliou nos processo de cálculo para descobrir a quantidade de sal que escoaria do mar para a lagoa com essa mudança.
A segunda medida, que custou R$ 15 milhões ao governo do estado, foi a transição dos fios elétricos que abastecem a cidade de São José do Norte. Não sendo possível colocá-los a mais de 140 metros de altura, a solução foi a produção e instalação de cabos subaquáticos, a 18 metros de profundidade. Já está tudo resolvido. Sucesso dos grandes!
Certamente, a entrada da P-53 nos molhes da barra será um espetáculo único. A saída, maior ainda, ainda mais com os módulos montados. Já estou planejando uma expedição para o Molhe Oeste para registrar e ver com meus próprios olhos.
Princesa do Sul
Certamente, tirarei um final de semana para passear nas ruas e conhecer os prédios históricos da cidade. Aliás, a forma como ela é chamada (Princesa do Sul) soa muito bem aos meus ouvidos. Me faz lembrar da forma também carinhosa como os americanos chamam o Havaí: A Pérola do Pacífico. Gosto desses apelidos que dão para as cidades.
Em Pelotas, há uma rica história sobre o nascimento do nosso estado, nossos valores, cultura e orgulho. É um dos alicerces da Revolução Farroupilha. O ciclo do charque pode ser entendido vititando-se as Charquedas São João (1810) e Santa Rita (1826). Na primeira, filmaram várias cenas do seriado global A Casa das Mulheres e há várias atrações entre elas, um belo passeio pelo arroio Pelotas. Fica cerca de 5 km do centro. Farei tudo a pé. Amanhã, Dia do Pais, o meu colega Thiago me convidou para ir à Pelotas, sua terra, para participar de um churrasco oferecido por seu avô. Rango bom e suculento de graça? Tô dentro!
Para saber mais, por favor, visite:
O Diário Popular de Pelotas em www.diariopopular.com.br;
O projeto da Universidade Católica de Pelotas para resgatar o passado e registro histórico pode ser encontrado em http://pelotas-memoria.ucpel.tche.br/tema2.php
Você vai encontrar em http://www.ufpel.tche.br/pelotas/colonia.html, um guia completo sobre a bela região colonial e campings para pousar.
Um ótimo guia da Universidade Federal sobre a cidade: http://www.ufpel.tche.br/pelotas/
Sites oficiais das Charqueadas em http://www.charqueadasantarita.com.br/ e http://www.charqueadasaojoao.com.br/. Obrigado e até breve!!!
Atividades do Dia 10
Também fui até a Casa de Cultura, pois fui informado de que lá eles possuem o Núcleo de Arqueologia, onde realizam a restauração dos achados nas saídas de campo. Possuem uma sala especial para exposições, também. Há vários objetos interessantes das culturas índigenas, entre eles uma urna funerária quase intacta.
Mas meu objetivo por lá era recolher informações sobre oportunidades de trabalho nesse setor. Tenho uma amiga especialista em Restauração Cerâmica e está procurando atividades para colocar em prática o aprendizado. É a grande paixão dela. Se eu conseguir, ela vem morar em Rio Grande.
No final do dia, fui ao Teatro Municipal assistir a um filme, um curta de 24 minutos produzido pela TV universitária da FURG. Cidade da Deusa é uma visão surreal em algum momento do futuro, no século XXI. O maior barato é que toda a película foi filmada na cidade e foi bacana reconhecer os locais e cenas que apareciam na telona.
Primeiramente exibido no Cinema do Cassino, somente agora chegou no centro.
À noite, o Chiqui preparou panchos para todos, o cachorro-quente à moda uruguaia. Olha, foi um dos melhores cachorros que já experimentei. Simples e gostoso, ainda mais com um fio de maionese e outro de mortasda. Segundo o cozinheiro, o segredo está na salsicha.
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
Molhe Leste - REVIS
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"Molhe Leste da Barra, São José do Norte. De um lado a lagoa; do outro, o mar. Entre as pedras e blocos de concreto, uma cena capaz de encantar qualquer um: dezenas de leões-marinhos (foto em destaque. Crédito: Diário Popular) descansam e se espreguiçam sob o sol refletido na água cristalina. O cenário fabuloso se completa com a presença de filhotes de lobos-marinhos, gaivotas e botos. Os filhotes são mais ousados. Passeiam até próximo do trapiche em busca da comida que ganham dos pescadores, na boca.Todos convivem em harmonia. Apenas a presença de seres humanos próxima às pedras onde descansam os incomoda. Ou melhor, assusta. Eles tratam de avisar uns aos outros do "perigo" emitindo rugidos, mas não costumam atacar, apesar da invasão de estranhos no que devem achar ser a sua casa. Isso só acontece ao se sentirem acuados. Giram o pescoço muito rápido, em posição de ataque. Os biólogos que monitoram as espécies recomendam, por isso, que as pessoas não se aproximem deles. Tanto pelo risco em si quanto para não perturbar os animais que vivem temporariamente na unidade de conservação.Denominada Refúgio da Vida Silvestre (Revis) do Molhe Leste, a área é monitorada pelo Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental (Nema). Uma vez por mês os técnicos visitam o local para acompanhar os animais marinhos e coletar informações para o censo das espécies. Conforme a bióloga do Nema, Daniele Monteiro, cerca de 50 leões e filhotes de lobos-marinhos podem ser vistos atualmente no local. Os animais são todos machos, que se deslocam do Uruguai para a costa gaúcha em busca de alimentação farta por aqui. Como a comida é escassa em seu local de origem no período de março a dezembro, eles deixam o pouco que existe para as fêmeas, que ficam amamentando os filhotes menores nas colônias, no Uruguai, próximas de Cabo Polônio e Punta Del Este. Com eles, vêm os pequenos lobos-marinhos.Enquanto a maioria descansa sobre as pedras e até se confunde com elas - os molhes são camas perfeitas para animais com muita gordura - alguns brincam na água. A posição estranha e incômoda para bípedes racionais é comum e confortável para eles.A ciranda na lagoa até lembra uma relação entre mãe e filho na praia, num belo dia de verão. Não é o caso. Embora o calor dos últimos dias, a estação é o inverno. E a cena descrita é de um leão-marinho, que faz peripécias com um filhote de lobo-marinho. Os animais que não se atiram para as brincadeiras aquáticas dormem, se coçam muito e erguem a cabeça em direção aos raios de sol.O espetáculo é prova não apenas da riqueza biológica da região como exemplo de convivência harmônica de espécies diferentes - um verdadeiro fenômeno da natureza. Leões-marinhos chegam a pesar 350 quilos. Os leões-marinhos adultos chegam a pesar até 350 quilos e medir 2,60 metros e as fêmeas, 160 quilos e dois metros. A coloração desses animais é marrom claro e escuro, mas pode variar bastante de acordo com a idade, conforme informações divulgadas na internet. Os machos são mais escuros e de porte mais robusto. Apresentam uma juba proeminente de pêlos longos, que se desenvolvem a partir do quinto ano de vida.A alimentação do leão-marinho consiste fundamentalmente de cefalópodes e alguns crustáceos. A maturidade sexual é atingida pelos machos aos seis anos e pelas fêmeas, aos quatro. O período de gestação dura aproximadamente um ano, quando nasce um filhote de pelagem preta. Dias após o nascimento a fêmea já acasala novamente. A amamentação ocorre ao longo de todo o primeiro ano de vida do filhote.O lobo-marinho pode atingir cerca de 1,80 metro e os machos chegam pesar cerca de 150 quilos. Pode ser identificado por seu focinho pontudo e orelhas visíveis. Geralmente são filhotes os que aparecem nas praias do Rio Grande do Sul.Rotina entre o calor do sol e a pescaOs habitantes do Refúgio da Vida Silvestre podem ser vistos descansando junto aos Molhes durante a manhã a aproveitar o sol. Depois saem em busca de comida (peixes) e retornam no final da tarde. Os leões-marinhos costumam pescar em áreas de 30 metros de profundidade, a até cinco milhas da costa. Os lobos-marinhos se afastam mais. As duas espécies se reproduzem no verão, quando retornam às colônias de origem. Eles vão embora em dezembro e voltam ao litoral gaúcho em março, onde permanecem o ano inteiro nos locais que já se tornaram seu habitat.
COLÔNIAS DE ORIGEM: Litoral uruguaio
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO: O Brasil apresenta apenas dois locais onde existem colônias de descanso e alimentação para leões e lobos-marinhos, ambas na região costeira do Rio Grande do Sul. Duas unidades de conservação protegem esses refúgios: a Reserva Ecológica Ilha dos Lobos, localizada em Torres, e o Refúgio da Vida Silvestre do Molhe Leste, em São José do Norte
COMO CHEGAR NO REVIS: Para chegar ao Refúgio da Vida Silvestre (Revis) do Molhe Leste é preciso locar um barco. Na Colônia de Pescadores da 4ª Seção da Barra existem várias pessoas que fazem o trajeto. O custo é de R$ 10,00 por passageiro. Crianças não pagam. "
Vou realizar essa expedição. No momento, estou em fase de planejamento, mas pretendo ir ainda esse mês, com a esperança de encontrar o número máximo de indíviduos na colônia. De qualquer forma, em outubro, a SAC (no Cassino) e a FURG sediarão a Semana Nacional da Oceanologia. Entre os vários mini-cursos disponíveis, um abordará a vida selvagem do Molhe Leste, com saída de campo. Porém, outubro, por ser um mês quente, a população de leões-marinhos diminui consideravelmente. Aguardem um post futuro com o relatório da expedição.
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
Centro Histórico
O Hotel Paris, pertinho de ondo moro.
Porto Novo
O Grupo Escoteiro do Mar Riachuelo.
Pintura alusiva à chegada ao Porto Novo.
Sistema de movimentação de contêiners.
O Cruzeiro Insignia ao fundo.
Detalhe do transatlântico americano.
Ancoragem no Porto Novo.
Navios-patrulha costeiro da Marinha do Brasil.
Detalhe do brasão do navio, ao lado da cabine do capitão.
Personagens
"Um piloto que mora em Manaus, ex-combatente de guerra americano, simpático, simples, alegre, corajoso e que não vive sem mulheres e garrafas. A série foi criada por Guido Nolitta (Sergio Bonelli) e Gallieno Ferri, em 1975"
Outro personagem marcante, que considero como um amigo quase real, é o Dirk Pitt, dos romances de Clive Cussler. Li dois livros (ver post Semana de Férias) e estou começando o terceiro, em inglês. Vou citar a descrição que encontrei na comunidade do Orkut Dirk Pitt é o melhor:
"Ele é um ex-fuzileiro, trabalha numa agência de pesquisa subaquática, coleciona carros antigos, mora em um hangar do aeroporto e é filho de um senador, além de ser atencioso com os amigos e um tanto sarcástico...Possui uma força de vontade (e de caráter) que, na maioria das vezes, foi o seu diferencial para vencer uma batalha; é o melhor no que ele faz junto com seu melhor amigo (desde o jardim de infância): Al Giordino, moreno, mais baixo que ele, forte, determinado e competente".
Expedição II - Navio Altair
A conquista do Navio Altair!
Imagem aproximada do navio naufragado em 1976.
Uma toninha morta encontrada durante o percurso.
Eu tinha pouco tempo para realizar o percurso de 32 km antes de anoitecer. Caminhei boa parte em passo vivo e uns 5 km em corrida leve. Isso resultou em um tempo total de 5h04min, sendo 2h37min (ida) e 2h26min (volta). Claro, considerando que o tempo para fotos, observações e descanso oi de 20-30min, pode-se considerar que o percurso de 32 km é passivel de ser feito em 4h30min, resultando uma velocidade média de deslocamento: 6,2 km/h.
1) foi encotrada um toninha, morta, em perfeito estado de conservação.
2) os últimos 5 km foram percorridos sem as botas, de meia, pois estavam muito pesadas (úmidas), e a maior parte em corrida leve;
3) encontrei o Vitor Andrade, no cassino, na volta;
4) Temperatura na chegada ao Cassino: 8 C.
5) usei vestimenta padrão fuzileiro (camuflagem deserto): Botas Chique, camiseta manga longa branca, camiseta fuzeileiro manga curta, calça US deserto, moleton US Army, 2 meias, a verde de sargento e uma branca, ambas grossas (depois, usei boné camuflagem selva e anorak verde).
6) performance alta (apenas um cansaço nas pernas, alguns machucados nos pés, leve fadiga de joelho - estalos - e machucados nas virilhas, a ponto de manchar a calça com sangue). Nada de câimbras.
7) todos os alimentos e água foram consumidos em movimento.
8) a imagem do altair no horizonte é maravilhosa.
Expedição I - Molhe Oeste
Imagem de Nossa Senhora dos Navegantes, dando boas-vindas na entrada do Balneário Cassino.
Distâncias percorridas:
Setor A: da Barra (igreja) até os molhes = aprox 2,5 km
Setor B – molhe Oeste (ida e volta) = aprox. 8 km
Setor C – dos molhes à Iemanja = aprox 9 km
TOTAL: 20 km
Principais fatos:
1) Os molhes são lindíssimos. Observei vários golfinhos no local.
2) No caminho para o Cassino, reconheu cerca de 35 conchas belíssimas para a minha mãe;
3) No Cassino, conheci a praça onde muitas festas são realizadas e comi um harburguer
4) de volta pra casa, devorei um Xis- Calabreza do Mergulha, fato que me lembro com grande alegria.
Curtas: Primeiro Semestre
Logo que cheguei em Rio Grande, percebi de cara que minha vida na cidade seria incomum. A começar pelo taxista que me levou da rodoviária à minha até então desconhecida morada. Como não possuía referências, dei de imediato o lugar exato: Travessa do Afonso, número 21. Da maneira que se alimenta um computador com dados. Para minha surpresa, o taxista respondeu: "Sei onde é. É um prédio rosa, de três andares, numa rua tranqüila, bem no meio da quadra." E olha que o prédio (que até hoje não sei o nome) não deve estar nem entre os Mil mais importantes da cidade. Profissionalismo é isso.
Na verdade, eu fui na cara-dura. Quem me recomendou a morada e acertou minha vinda com os outros moradores foi uma moça muito legal, a Josiara. Tudo pelo MSN. Falei uma vez somente com o uruguaio (vulgo Chique) que teria que dividir comigo sua casa nos próximos 12 meses. E foi pelo MSN também. Não durou 1 minuto, a conversa, porque ele precisava ir na padaria... Cheguei e fui recepcionado pelo outro colega, o Thiago, e pelo seu respectivo pai. Ambos sem camisa, descalços, e com o cabelo branco. De pó. Ao entrar no apartamento, descobri que estavam em dia de faxina geral. Tudo de madrugada. "É que estamos voltando das férias", justificaram. Enquanto uma turma lixava o parquê, outra se encarregava de movimentar os móveis. Como o próprio portenho disse: "É pra agilizar...". Cochilando no sofá, acordo com um grito, lá do fundo. No melhor sotaque portunhol: "Teu quarto tá pronto!" Com ansiedade, corri para a primeira pisada em meu habitáculo de 4 metros quadrados. A espessura da camada de pó era maior que a de esfalto na maioria das rodovias do país. Nas paredes, marcas de tiros de todos os calibres já projetados. E uma persiana quebrana, pra variar. Daquelas bem antigas.
Às quatro da madrugada já tava todo mundo dormindo, pois no dia seguinte começavam as aulas, cedinho. Eu dormi bem antes (estava muito cansado da viagem). Meus amigos de apartamento são muito gente-boa, valorizam a amizade e estão sempre dispostos a ajudar. São esforçados e possuem boas habilidades pessoais. Também adoram tirar alguém pra louco e possuem uma motivação para a diversão como raras vezes eu vi! Pelo jeito, não podia começar melhor...
Nas primeiras semanas, fui tocando minha missão-alvo. Tinha de programar. Pelo menos era isso que me disseram, no começo. Para minha felicidade, minhas tarefas se limitavam a rodar simulações computacionais de engenharia, alimentando o PC com os dados. Além disso, ler artigos científicos. Percebendo a barbada, minha mente inquieta começou a deixar o corpo todo inqueito, também. E idéias vieram. Do dia pra noite, virei corredor, explorador, nutricionista, halterofilista, ciclista, cientista de todos os ramos do conhecimento humano e soldado de elite....heheheh....Ah, e professor de inglês. Mantendo o alto nível nas leituras da língua universal, achei que seria bom negócio praticar a conversação, enquanto transmitia e trocava experiências com outros estudantes da FURG. A idéia foi boa. Com um cartaz estrategicamente posicionado nos campi, consegui dois alunos. E um aluna. Nossos papos, sempre na sala 04 de estudos da biblioteca, nos renderam momentos de descontração e alegria. Até fizemos intercâmbio de livros. Ela foi minha segunda boa amiga que fiz na cidade (depois da Josiara). Esporadicamente, nos encontramos por aí e o papo surge ao natural. Sempre em inglês.
Não se preocupem. Eu aumento mas não invento. Não é por nada que o pessoal está me chamando de Forest Gump. Além de contar histórias, também me flagraram correndo pelo deserto. Foi na praia do cassino (ver o post expedição I). Aí, pegou.
Juliano
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
Navy Seal
Murais da FURG
Quartel-General
FOTO 2
Todas as "operações logísticas e administrativas" de minha vida em Rio Grande partem de meu QG central. Ele é o ponto de partida para a conquista da cidade. É a minha referência. É o meu quarto. Ou banheirinho (favor ver glossário ao final do texto).
Glossário:
Aulas do Mestrado
A primeira disciplina, cursada no primeiro semestre, Métodos Numéricos, obtive conceito A. Espero fazer um bom trabalho também mas outras.
Feira Ecológica
Estação Apoio Antártico
Na Estação, fui recebido pela secretária, uma moça muito atenciosa e simpática, chamada Thaís. Ela teve paciência para me mostrar os depósitos e responder todas minhas perguntas. Tivemos uma conversa bastante agradável e a visita foi realmente maravilhosa. São tantos os materiais e equipamentos que meus olhos não puderam perceber todos, nos 20 minutos de visita. Entre os que observei, incluem painés (fotos da antártida e pôsteres de divulgação científica), veículos para neve (projetados com esquis no lugar das rodas dianteiras), botes especiais, equipamentos para escalada no gelo (um grupo de alpinismo de SP acompanha o grupo nas expedições, dando apoio e segurança na exploração e coleta de material), habitações móveis (barracas jaboti), os chamados EMV - equipamentos para manutenção da vida (todo tipo de vestimentas, botas, coletes, isolantes térmico e luvas projetadas com design, costuras e material especial para regiões frias) e material de apoio logístico (caixotes de mantimentos de entrega aérea por pára-quedas).
A manutenção é feita em Rio Grande e tudo é gerenciado em Brasília, através da CIRM (Comissão Interministerial de Recuros do Mar).
Enquanto tentava entender os aspectos logísticos, administrativos e os propósitos do Brasil na Antártida, a Thaís ia me mostrando os facinantes equipamentos de escalada, peças minúsculas, feitas com os mais resistentes materiais e que podem depender a sobrevivência.
Para saber mais, por favor, clique nos links abaixo:
http://www.esantar.furg.br/ (Site oficial da ESANTAR)
http://www.clicrbs.com.br/rbstv/jsp/default.jsp?programa=3&nome=antartida&pSection=779&grupoid=261&uf=1&local=1 (Programa da RBS-TV)
No final da visita, recebi da Thaís um folder com explicações básicas, um marca-páginas e dois adesivos das insígnias do Programa Antártico Brasileiro. Certamente, voltarei mais vezes.
terça-feira, 7 de agosto de 2007
Atividades esportivas
No vespertino, houve a primeira aula de Futsal. A exemplo do alongamento, o público feminino marcou presença majoritária. Curti muito a aula, também.
Pela noite, meu colega de apartamento, o Uruguaio, convidou-me para assistir a uma partida de paddle, em um ginásio bem próximo de onde moramos. Dessa vez, porém, não havia moças. Só meia dúzia de barbados batendo na bolinha com raquetes de cores bastante suspeitas. Impressionante ver a vontade deles! Acho que gostariam de ter sido jogadores de tênis, mas não tiveram sorte...Mesmo assim valeu, pois nunca havia presenciado uma partida de paddle ao vivo e acostumei-me rapidamente com as regras (semelhante ao tênis) e com a dinâmica do jogo (a presença de paredes ao fundo da quadra torna cada game disputadíssimo). É uma pena não dispor de fotos. Fico devendo as imagens.
segunda-feira, 6 de agosto de 2007
Navio Encalhado
Semana de Férias
Corrida de Rua
Imagem de Satélite da região municipal de Rio Grande, indicando o percurso da Supermaratona (linha azul). Fonte: Google Maps
Vida de Marinheiro
O último final de semana foi marcado por um maior conhecimento sobre como funcionam as "coisas do mar". Fiz vários contatos. Conheci pontos de ancoragens de embarcações na Lagoa, pavilhões para guardar as embarcações menores e o procedimento burocrático que rege a vida marinha. O Yacht Club e o Clube de Regatas também são ótimas opções para a compra de embarcações usadas. É uma vida que está me trazendo grande entusiasmo, talvez pela novidade e oportunidade que estou tendo em vivenciar esse mundo. Penso em tirar a licença de marinheiro amador, na categoria arrais (pequenas embarcações sem motor). Antes disso, vou ler o famoso livro Navegar é Fácil (imagem menor. Fonte: internet) para me preparar para a prova escrita na Capitania dos Portos do Rio Grande do Sul. Depois de me aprofundar no conhecimento das marés, orientação marinha, correntes e ventos, penso em comprar ou um pequeno veleiro de fibra, ou um caiaque-duke ou um bote de vinil. Antes, quero conhecer nas vantagens e desvantagens de cada um, até mesmo porque meu objetivo é puramente o esporte e a recreação. Talvez, em um futuro próximo, após adquirir uma experiência mínima, penso em explorar mais lagoas, canais, lagos e rios do estado.
Sabádo passado visitei o Grupo Escoteiro do Mar Riachuelo. Em 2001, quando eu integrava o GE Salto Ventoso, de Farroupilha, fizemos uma visita a esse grupo. O Chefe Teixeira, na ocasião, nos recebeu e nos mostrou a cidade de Rio Grande, inteirinha. Minha esperança era encontrá-lo novamente. Infelizmente, ele não mora mais aqui. O grupo deles decaiu muito, também. Mas o pessoal que resto é muito legal e hospitaleiro e me orientaram muito nas minhas idéias de ser um argonauta marinho. Além disso me convidaram para um almoço, domingo, com outros grupos escoteiros da cidade e também para um acampamento numa região muito bonita, próxima ao bairro da Quinta, em Rio Grande. Lá, me disseram que há um morro de areia enorme, onde é possível visualizar todo o litoral e as lagoas, numa visão panorâmica. No almoço, teve arroz sem sal, e milhares de sobrecoxas, assados no fogo. No melhor estilo escoteiro. O pessoal aqui tem uma característica muito curiosa. São os únicos no Brasil que conseguem misturar elementos militares, gauchescos e escoteiros. Imagina o produto dessa salada. Mas talvez seja melhor assim, o aprendizado se torna ainda maior.
Rio Grande guarda, também, o segundo Grupo Escoteiro mais entigo no estado, o Silva Paes, de 1939. E também, o mais antigo GE do mar estadual e segundo no país. Ironicamente, é o Riachuelo, que quase fechou suas portas por falta de colaboradores.
Para saber mais informações sobre a navegação no Brasil, consulte os links:
Fonte: site do GEM Riachuelo.