sábado, 11 de agosto de 2007

Compras

Como sou colecionador de artigos militares, Rio Grande apareceu como uma pérola, uma vez que a presença da Marinha (5º Comando Naval, Base de Helicópteros, Depósito Naval, Fuzileiros Navais) e Exército (6º Grupo de Artilharia Costeira) são marcantes. Abaixo, seguem algumas aquisições. Um boné do Submarino Tubi, uma carteira dos Fuzileiros Navais e aproveitando, um celular que compre do Chiqui, baratinho.

Colegas de apartamento

Apresento meus colegas de apartamento. O Chiqui (uruguaio) e o Thiago (pelotense). Moramos juntos desde março. Como diz o ditado "quem encontrou um amigo, achou um tesouro." Eu encontrei dois. São amigos para a vida inteira.



Atividades/notícias do Dia 11

O Pôs-do-Sol na Reserva Ecológica, junto ao Clube de Regatas Rio Grande.


O Pôr-do-Sol na Lagoa dos Patos. Esse é o local que marca o início do canal para o Atlântico.



Sensor meteorológico junto ao trapiche no clube de regatas. No plano de trás, a lancha de passageiros para São José do Norte.


São José do Norte, ao fundo. É possível identificar as torres da igreja.


Saída de embarcações de baixo calado para a Lagoa dos Patos, no Clube de Regatas


Base Aérea de Helicópteros da Marinha.
Navio Hidrográfico de pesquisa da Marinha. Ao fundo, hangar de helicópteres da Base.




Todas as fotos nesse post são de minha autoria.

Dormi até as 10h. Acordei e fui conhecer a Feira Livre da cidade. Fica próxima ao posto da Neto. É uma feira muito tradicional na cidade e é comprida... Comprei ovos, pimentão, tomate e banana. Também comprei um produto típico, as famosas balinhas de mel. Uma gostosura. Mas o mais legal esteve por conta da Jurupira, a bebida símbolo da cidade.. Trata-se de uma bebida alcóolica, trazida para a Ilha dos Marinheiros pelos imigrantes portugueses. A tradição continua por mais de 200 anos. É uma mistura de sumo de uva com álcool. Mas não é tão simples o preparo e nem todas as famílias da Ilha dominam a técnica. Uma bebida que se serve como um vinho ou um licor. Adorei, o sabor é único no mundo (ver foto em destaque)!

Almoçei dois cachorros-quentes (descobri uma banca de rua pertinho de casa) e me preparei para ir com os escoteiros do mar Riachuelo em um acampamento. Infelizmente, foi adiado para o dia 25. Estava até com minha roupa de explorador, botas e tudo o que precisava na meia-mochila. Tratei de ir só com a roupa do corpo e um agasalho, pensando em dormir o mínimo, num cantinho. Até mesmo porque iria ter caminhada noturna!
O local é muito bonito, chama-se Quitéria (passando o bairro da Quinta). Pelo que me contaram, há vários morros de areia, sendo os melhores pontos naturais de observação do Litoral Sul. O acampamento será em uma fazenda da região. A atividade promete!!!
Ficando no grupo a tarde toda, consegui emprastado dois livros para a preparação do brevê de marinheiro. Navegar é fácil (apenas a parte 1 para arrais) e Livro de Bolso (Trilegal no mar, com todas as normalizações que regem esse mundo).

Mais tarde, fui conhecer o Clube de Regatas de Rio Grande, um dos mais antigos do país (1897). Até ganhei uma proposta para me associar (fotos em destaque).
O Clube está muito mal-cuidado, mas tem a vantagem de ter uma boa saída para a lagoa, especialmente para embarcações pequenas. Localiza-se bem no início do canal e é possível ver a Bóia que demarca o canal, as varetas de sinalização, equipamentos para coleta de dados meteorológicos e a Ilha da Base de Hilicópteros da Marinha, do outro lado. O Navio Hidrológico da Marinha, o H18, também estava lá ancorado (fotos 1-7).


Próximo domingo, estará chegando ao Superporto a P-53. Trata-se de um transatlântico desativado, de 343 m, o maior do mundo já construído. Comprado da Singapura pela Petrobrás, receberá os módulos em Rio Grande daquela que será a primeira plataforma de petróleo móvel a operar no mundo. Após a primeira instalação dos módulo (depois ela seguirá para Niterói, no Rio), ela atingirá a impressionante altura de 140 metros! Por isso, muitos serviços do canal tiveram que ser reinventados, uma vez que Rio Grande está se tornando um importante Pólo Naval do Mercosul. Duas medidas foram tomadas. Uma, o aprofundamento do canal, passando de 45 para 60 pés. Um amigo meu do mestrado, quando trabalhava na empresa de consultoria oceanográfica Atlântica, auxiliou nos processo de cálculo para descobrir a quantidade de sal que escoaria do mar para a lagoa com essa mudança.
A segunda medida, que custou R$ 15 milhões ao governo do estado, foi a transição dos fios elétricos que abastecem a cidade de São José do Norte. Não sendo possível colocá-los a mais de 140 metros de altura, a solução foi a produção e instalação de cabos subaquáticos, a 18 metros de profundidade. Já está tudo resolvido. Sucesso dos grandes!
Certamente, a entrada da P-53 nos molhes da barra será um espetáculo único. A saída, maior ainda, ainda mais com os módulos montados. Já estou planejando uma expedição para o Molhe Oeste para registrar e ver com meus próprios olhos.

Princesa do Sul

"Pelotas recebeu o cognome Princesa do Sul por ser considerada a cidade mais importante da província. Pelotas cresceu e se desenvolveu como nenhuma outra, exercendo grande influência econômica, cultural e política em todo o Rio Grande do Sul. Para falar da história de Pelotas não podemos deixar de falar das Charqueadas, onde tudo se iniciou, em 1780, quando José Pinto Martins fundou às margens do Arroio Pelotas a primeira Charqueada, iniciando a Freguesia de São Francisco de Paula, mais tarde Vila, que em 1835 elevou-se à cidade de Pelotas. Naquela época, as classes dominantes eram constituídas de fazendeiros (criadores e invernadores), charqueadores e comerciantes. Fazendeiros e comerciantes existiam por toda a Província, mas só em Pelotas estavam os charqueadores. Os charqueadores pelotenses, detentores de poder político e econômico, decorrentes das riquezas obtidas através da exploração e exportação do charque, criaram uma arquitetura aristocrática imponente, condizente com suas aspirações à nobreza, e para isto não mediram esforços. Trouxeram arquitetos famosos da Europa para construir seus palacetes, formando um conjunto arquitetônico único e monumental, de estilo Eclético. Eles quiseram que o lugar prosperasse, e o lugar prosperou. Passear hoje pelas ruas desta cidade nos faz ver este passado com os mesmos olhos daqueles que aqui viveram ou por aqui passaram. Em Pelotas habitaram nove barões, dois viscondes e um conde, o que colaborou para denominar a sua sociedade como a Aristocracia do Charque, ou, ainda, como os Barões da Carne Seca. Bela Princesa do Sul, de berço privilegiado, desde o cuidado no seu traçado, até seus mínimos detalhes arquitetônicos, ricamente trabalhados em moldes europeus. Seu glamour foi tal que recebeu este cognome. Seu povo foi responsável pelo seu desenvolvimento e conseqüente crescimento cultural, legando-nos, até hoje, um patrimônio no qual sua história retrata-se." (fonte: site oficial de Pelotas)



Certamente, tirarei um final de semana para passear nas ruas e conhecer os prédios históricos da cidade. Aliás, a forma como ela é chamada (Princesa do Sul) soa muito bem aos meus ouvidos. Me faz lembrar da forma também carinhosa como os americanos chamam o Havaí: A Pérola do Pacífico. Gosto desses apelidos que dão para as cidades.
Em Pelotas, há uma rica história sobre o nascimento do nosso estado, nossos valores, cultura e orgulho. É um dos alicerces da Revolução Farroupilha. O ciclo do charque pode ser entendido vititando-se as Charquedas São João (1810) e Santa Rita (1826). Na primeira, filmaram várias cenas do seriado global A Casa das Mulheres e há várias atrações entre elas, um belo passeio pelo arroio Pelotas. Fica cerca de 5 km do centro. Farei tudo a pé. Amanhã, Dia do Pais, o meu colega Thiago me convidou para ir à Pelotas, sua terra, para participar de um churrasco oferecido por seu avô. Rango bom e suculento de graça? Tô dentro!

Para saber mais, por favor, visite:

O Diário Popular de Pelotas em www.diariopopular.com.br;

O projeto da Universidade Católica de Pelotas para resgatar o passado e registro histórico pode ser encontrado em http://pelotas-memoria.ucpel.tche.br/tema2.php

Você vai encontrar em http://www.ufpel.tche.br/pelotas/colonia.html, um guia completo sobre a bela região colonial e campings para pousar.

Um ótimo guia da Universidade Federal sobre a cidade: http://www.ufpel.tche.br/pelotas/

Sites oficiais das Charqueadas em http://www.charqueadasantarita.com.br/ e http://www.charqueadasaojoao.com.br/. Obrigado e até breve!!!

Atividades do Dia 10

Ontem, após trabalhar em casa no meu projeto de Mestrado, resolvi dar uma volta pela cidade. Já era quase 5 da tarde quando fui ao Cananete e aproveitei para dar uma passadinha na banca de revistas e comprei a National Geographic de agosto. O dia estava muito frio (9ºC) muito ventoso (rajadas de 40 km/h). Mas foi um bom passeio. Também aproveitei para ver a agenda do Teatro. Depois de passar três dias só pensando em artigos científicos, até uma volta pelo porão do purgatório faz bem. Depois de comprar a revista, sentei-me num banquinho embaixo do eucalipto australiano de 130 anos, bem em frente à catedral de São Pedro.

Também fui até a Casa de Cultura, pois fui informado de que lá eles possuem o Núcleo de Arqueologia, onde realizam a restauração dos achados nas saídas de campo. Possuem uma sala especial para exposições, também. Há vários objetos interessantes das culturas índigenas, entre eles uma urna funerária quase intacta.
Mas meu objetivo por lá era recolher informações sobre oportunidades de trabalho nesse setor. Tenho uma amiga especialista em Restauração Cerâmica e está procurando atividades para colocar em prática o aprendizado. É a grande paixão dela. Se eu conseguir, ela vem morar em Rio Grande.

No final do dia, fui ao Teatro Municipal assistir a um filme, um curta de 24 minutos produzido pela TV universitária da FURG. Cidade da Deusa é uma visão surreal em algum momento do futuro, no século XXI. O maior barato é que toda a película foi filmada na cidade e foi bacana reconhecer os locais e cenas que apareciam na telona.
Primeiramente exibido no Cinema do Cassino, somente agora chegou no centro.

À noite, o Chiqui preparou panchos para todos, o cachorro-quente à moda uruguaia. Olha, foi um dos melhores cachorros que já experimentei. Simples e gostoso, ainda mais com um fio de maionese e outro de mortasda. Segundo o cozinheiro, o segredo está na salsicha.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Molhe Leste - REVIS


O Molhe Leste da Barra da Lagoa dos Patos recebe colônias de leões marinhos machos durante o inverno e primavera. O texto abaixo, publicado no Diário Popular, de Pelotas (versão digital), é uma boa referência geral.



*****************************************************
"Molhe Leste da Barra, São José do Norte. De um lado a lagoa; do outro, o mar. Entre as pedras e blocos de concreto, uma cena capaz de encantar qualquer um: dezenas de leões-marinhos (foto em destaque. Crédito: Diário Popular) descansam e se espreguiçam sob o sol refletido na água cristalina. O cenário fabuloso se completa com a presença de filhotes de lobos-marinhos, gaivotas e botos. Os filhotes são mais ousados. Passeiam até próximo do trapiche em busca da comida que ganham dos pescadores, na boca.Todos convivem em harmonia. Apenas a presença de seres humanos próxima às pedras onde descansam os incomoda. Ou melhor, assusta. Eles tratam de avisar uns aos outros do "perigo" emitindo rugidos, mas não costumam atacar, apesar da invasão de estranhos no que devem achar ser a sua casa. Isso só acontece ao se sentirem acuados. Giram o pescoço muito rápido, em posição de ataque. Os biólogos que monitoram as espécies recomendam, por isso, que as pessoas não se aproximem deles. Tanto pelo risco em si quanto para não perturbar os animais que vivem temporariamente na unidade de conservação.Denominada Refúgio da Vida Silvestre (Revis) do Molhe Leste, a área é monitorada pelo Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental (Nema). Uma vez por mês os técnicos visitam o local para acompanhar os animais marinhos e coletar informações para o censo das espécies. Conforme a bióloga do Nema, Daniele Monteiro, cerca de 50 leões e filhotes de lobos-marinhos podem ser vistos atualmente no local. Os animais são todos machos, que se deslocam do Uruguai para a costa gaúcha em busca de alimentação farta por aqui. Como a comida é escassa em seu local de origem no período de março a dezembro, eles deixam o pouco que existe para as fêmeas, que ficam amamentando os filhotes menores nas colônias, no Uruguai, próximas de Cabo Polônio e Punta Del Este. Com eles, vêm os pequenos lobos-marinhos.Enquanto a maioria descansa sobre as pedras e até se confunde com elas - os molhes são camas perfeitas para animais com muita gordura - alguns brincam na água. A posição estranha e incômoda para bípedes racionais é comum e confortável para eles.A ciranda na lagoa até lembra uma relação entre mãe e filho na praia, num belo dia de verão. Não é o caso. Embora o calor dos últimos dias, a estação é o inverno. E a cena descrita é de um leão-marinho, que faz peripécias com um filhote de lobo-marinho. Os animais que não se atiram para as brincadeiras aquáticas dormem, se coçam muito e erguem a cabeça em direção aos raios de sol.O espetáculo é prova não apenas da riqueza biológica da região como exemplo de convivência harmônica de espécies diferentes - um verdadeiro fenômeno da natureza. Leões-marinhos chegam a pesar 350 quilos. Os leões-marinhos adultos chegam a pesar até 350 quilos e medir 2,60 metros e as fêmeas, 160 quilos e dois metros. A coloração desses animais é marrom claro e escuro, mas pode variar bastante de acordo com a idade, conforme informações divulgadas na internet. Os machos são mais escuros e de porte mais robusto. Apresentam uma juba proeminente de pêlos longos, que se desenvolvem a partir do quinto ano de vida.A alimentação do leão-marinho consiste fundamentalmente de cefalópodes e alguns crustáceos. A maturidade sexual é atingida pelos machos aos seis anos e pelas fêmeas, aos quatro. O período de gestação dura aproximadamente um ano, quando nasce um filhote de pelagem preta. Dias após o nascimento a fêmea já acasala novamente. A amamentação ocorre ao longo de todo o primeiro ano de vida do filhote.O lobo-marinho pode atingir cerca de 1,80 metro e os machos chegam pesar cerca de 150 quilos. Pode ser identificado por seu focinho pontudo e orelhas visíveis. Geralmente são filhotes os que aparecem nas praias do Rio Grande do Sul.Rotina entre o calor do sol e a pescaOs habitantes do Refúgio da Vida Silvestre podem ser vistos descansando junto aos Molhes durante a manhã a aproveitar o sol. Depois saem em busca de comida (peixes) e retornam no final da tarde. Os leões-marinhos costumam pescar em áreas de 30 metros de profundidade, a até cinco milhas da costa. Os lobos-marinhos se afastam mais. As duas espécies se reproduzem no verão, quando retornam às colônias de origem. Eles vão embora em dezembro e voltam ao litoral gaúcho em março, onde permanecem o ano inteiro nos locais que já se tornaram seu habitat.





COLÔNIAS DE ORIGEM: Litoral uruguaio





UNIDADES DE CONSERVAÇÃO: O Brasil apresenta apenas dois locais onde existem colônias de descanso e alimentação para leões e lobos-marinhos, ambas na região costeira do Rio Grande do Sul. Duas unidades de conservação protegem esses refúgios: a Reserva Ecológica Ilha dos Lobos, localizada em Torres, e o Refúgio da Vida Silvestre do Molhe Leste, em São José do Norte





COMO CHEGAR NO REVIS: Para chegar ao Refúgio da Vida Silvestre (Revis) do Molhe Leste é preciso locar um barco. Na Colônia de Pescadores da 4ª Seção da Barra existem várias pessoas que fazem o trajeto. O custo é de R$ 10,00 por passageiro. Crianças não pagam. "


***************************************************



Vou realizar essa expedição. No momento, estou em fase de planejamento, mas pretendo ir ainda esse mês, com a esperança de encontrar o número máximo de indíviduos na colônia. De qualquer forma, em outubro, a SAC (no Cassino) e a FURG sediarão a Semana Nacional da Oceanologia. Entre os vários mini-cursos disponíveis, um abordará a vida selvagem do Molhe Leste, com saída de campo. Porém, outubro, por ser um mês quente, a população de leões-marinhos diminui consideravelmente. Aguardem um post futuro com o relatório da expedição.




quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Centro Histórico

Em meu terceiro final de semana na cidade, saí para um reconhecimento do Centro e Praças Históricas. Destaque para os prédios das fotos abaixo. Há tanto para se falar sobre o centro histórico, sobre os prédios, personagens, atrações, que daria para preencher, facilmente, uma grande enciclopédia. E esses atrativos já estão fartamente explorados e exibidos na mídia, de modo que não há muito relato pessoal e exclusivo a acrescentar aqui. Para maior conhecimento, por favor, visite os sites sobre a cidade de Rio Grande, listados no menu à direita desse blog, com o título Links Relacionados.


O Hotel Paris, pertinho de ondo moro.


O belo e imponente Sobrado dos Azulejos.

Porto Novo


O Grupo Escoteiro do Mar Riachuelo.


Pintura alusiva à chegada ao Porto Novo.



Sistema de movimentação de contêiners.



O Cruzeiro Insignia ao fundo.



Detalhe do transatlântico americano.



Ancoragem no Porto Novo.




Navios-patrulha costeiro da Marinha do Brasil.




Detalhe do brasão do navio, ao lado da cabine do capitão.




Essa visita ao Porto Novo realizei em meu primeiro final de semana na cidade, em março. Pude rever o Grupo Escoteiro que nos recebeu em 2001, além do 5º Comando Naval, da Base de Helicópteros da Marinha, Alojamentos do pessoal da Marinha, armazéns do porto e muito mais. Depois, me dirigi ao local recepção de passageiros e atendimento ao público, pois soube, pela televisão, que dois navios da Marinha estariam ancorados para visitação. Por sorte, estava também o Cruzeiro Insignía, trazendo 650 turistas americanos. Ele ficou por 10 horas na cidade, onde os turistas saíram para visitação de alguns pontos, por meio de ônibus oferecidos por um pacote de uma agência rio-grandina. Foi uma tarde muito interessante, de grandes emoções e já dando o sinal de largada e boas-vindas para um mundo de cultura, conhecimento e aventura.

Personagens



Considero-me um bibliófilo. Gosto de ler histórias de aventuras, de romance e biografias de personalidades famosas. Em Rio Grande, não perdi esse hábito. No começo, só queria saber de Mister No. Publicado na forma de histórias em quadrinhos, as aventuras se passam em nosso país, particularmente em Manaus. Mostrando nossos costumes, valores, natureza, paisagens e cultura. Além disso, são histórias dirigidas ao público adulto, com alta dose de violência mas também retrata as emoções e sentimentos humanos de uma forma marcante Pena que há poucos artistas nacionais que retratem nossa gente nas tirinhas. Mas esse personagem, o Mister No, serve-me como uma fonte de inspiração. Não somente porque as histórias são ambientadas nas ruas históricas de Manaus, mas também pelo carisma do herói. Ao andar em meio aos prédios barrocos de Rio Grande, lembra-me os cenários de Manaus, mostrados nas páginas preto-e-branco de Mister No. O americano Jerry Drake (nome de batismo), infante condecorado da segunda guerra mundial e piloto na Guerra da Coréia, diverte-me com sua dupla personalidade: sua essência americana é apimentada com a malandragem brasileira. Além disso, sua forma de interpretar a vida, seus ideiais, sua teimosia e sua ingenuidade são um prato cheio para momentos de alegria. Ele está sempre do contra. Por isso, ganhou o apelido Mister No, que significa Senhor Não. Citando a sua descrição em uma comunidade do Orkut:

"Um piloto que mora em Manaus, ex-combatente de guerra americano, simpático, simples, alegre, corajoso e que não vive sem mulheres e garrafas. A série foi criada por Guido Nolitta (Sergio Bonelli) e Gallieno Ferri, em 1975"

Outro personagem marcante, que considero como um amigo quase real, é o Dirk Pitt, dos romances de Clive Cussler. Li dois livros (ver post Semana de Férias) e estou começando o terceiro, em inglês. Vou citar a descrição que encontrei na comunidade do Orkut Dirk Pitt é o melhor:



"Ele é um ex-fuzileiro, trabalha numa agência de pesquisa subaquática, coleciona carros antigos, mora em um hangar do aeroporto e é filho de um senador, além de ser atencioso com os amigos e um tanto sarcástico...Possui uma força de vontade (e de caráter) que, na maioria das vezes, foi o seu diferencial para vencer uma batalha; é o melhor no que ele faz junto com seu melhor amigo (desde o jardim de infância): Al Giordino, moreno, mais baixo que ele, forte, determinado e competente".




Expedição II - Navio Altair


A conquista do Navio Altair!



Imagem aproximada do navio naufragado em 1976.



Uma toninha morta encontrada durante o percurso.

Essa história faz parte do resgate de minhas memórias do primeiro semestre. No dia 17 de junho, resolvi conhecer o Navio Altair. Sai de casa tarde, por volta das 13h00 (peguei o ônibus às 13h20 na praça) e cheguei na Estátua de Yemanjá por volta das 14h00. Levei o almoço (5 bananas, 1 maçã, 1/2 pacote de bolachas, 2 sanduíches de alface e tomate, 1 garrafa de água) e o agasalho (anorak) na bolsa de ombro cinza. Meus objetivos estavam voltados para a realização de um reconhecimento fotográfico na área, e uma etapa de meu treinamento visando um maior condicionamento físico e psicológico.
Eu tinha pouco tempo para realizar o percurso de 32 km antes de anoitecer. Caminhei boa parte em passo vivo e uns 5 km em corrida leve. Isso resultou em um t
empo total de 5h04min, sendo 2h37min (ida) e 2h26min (volta). Claro, considerando que o tempo para fotos, observações e descanso oi de 20-30min, pode-se considerar que o percurso de 32 km é passivel de ser feito em 4h30min, resultando uma velocidade média de deslocamento: 6,2 km/h.

Principais fatos e descrições:
1) foi encotrada um toninha, morta, em perfeito estado de conservação.
2) os últimos 5 km foram percorridos sem as botas, de meia, pois estavam muito pesadas (úmidas), e a maior parte em corrida leve;
3) encontrei o Vitor Andrade, no cassino, na volta;
4) Temperatura na chegada ao Cassino: 8 C.
5) usei vestimenta padrão fuzileiro (camuflagem deserto): Botas Chique, camiseta manga longa branca, camiseta fuzeileiro manga curta, calça US deserto, moleton US Army, 2 meias, a verde de sargento e uma branca, ambas grossas (depois, usei boné camuflagem selva e anorak verde).
6) performance alta (apenas um cansaço nas pernas, alguns machucados nos pés, leve fadiga de joelho - estalos - e machucados nas virilhas, a ponto de manchar a calça com sangue). Nada de câimbras.
7) todos os alimentos e água foram consumidos em movimento.
8) a imagem do altair no horizonte é maravilhosa.

Expedição I - Molhe Oeste


Imagem de Nossa Senhora dos Navegantes, dando boas-vindas na entrada do Balneário Cassino.




Bem-vindos aos Molhes de Rio Grande, terceira maior obra de engenharia oceânica do mundo! (atrás do Canal do Panamá e do Canal de Suez).



Imagem mostrando o caminho de trilhos seguido pelas vagonetas.



O dia 28 de maio marcou minha primeira grande expedição (caminhada). Saí tarde de casa (11h00), pegando o ônibus na praça (11h20) e chegando no destino (12h15).

Distâncias percorridas:
Setor A: da Barra (igreja) até os molhes = aprox 2,5 km
Setor B – molhe Oeste (ida e volta) = aprox. 8 km
Setor C – dos molhes à Iemanja = aprox 9 km
TOTAL: 20 km

Principais fatos:
1) Os molhes são lindíssimos. Observei vários golfinhos no local.
2) No caminho para o Cassino, reconheu cerca de 35 conchas belíssimas para a minha mãe;
3) No Cassino, conheci a praça onde muitas festas são realizadas e comi um harburguer
4) de volta pra casa, devorei um Xis- Calabreza do Mergulha, fato que me lembro com grande alegria.

Curtas: Primeiro Semestre

O objetivo desse post é a recuperação de algumas histórias para a posteridade. Desde minha saída de farroupilha, dia 05 de março até o início do segundo semestre, em 04 de agosto, tentarei reproduzir alguns momentos marcantes, sempre com o bom sarcasmo.

Logo que cheguei em Rio Grande, percebi de cara que minha vida na cidade seria incomum. A começar pelo taxista que me levou da rodoviária à minha até então desconhecida morada. Como não possuía referências, dei de imediato o lugar exato: Travessa do Afonso, número 21. Da maneira que se alimenta um computador com dados. Para minha surpresa, o taxista respondeu: "Sei onde é. É um prédio rosa, de três andares, numa rua tranqüila, bem no meio da quadra." E olha que o prédio (que até hoje não sei o nome) não deve estar nem entre os Mil mais importantes da cidade. Profissionalismo é isso.
Na verdade, eu fui na cara-dura. Quem me recomendou a morada e acertou minha vinda com os outros moradores foi uma moça muito legal, a Josiara. Tudo pelo MSN. Falei uma vez somente com o uruguaio (vulgo Chique) que teria que dividir comigo sua casa nos próximos 12 meses. E foi pelo MSN também. Não durou 1 minuto, a conversa, porque ele precisava ir na padaria... Cheguei e fui recepcionado pelo outro colega, o Thiago, e pelo seu respectivo pai. Ambos sem camisa, descalços, e com o cabelo branco. De pó. Ao entrar no apartamento, descobri que estavam em dia de faxina geral. Tudo de madrugada. "É que estamos voltando das férias", justificaram. Enquanto uma turma lixava o parquê, outra se encarregava de movimentar os móveis. Como o próprio portenho disse: "É pra agilizar...". Cochilando no sofá, acordo com um grito, lá do fundo. No melhor sotaque portunhol: "Teu quarto tá pronto!" Com ansiedade, corri para a primeira pisada em meu habitáculo de 4 metros quadrados. A espessura da camada de pó era maior que a de esfalto na maioria das rodovias do país. Nas paredes, marcas de tiros de todos os calibres já projetados. E uma persiana quebrana, pra variar. Daquelas bem antigas.
Às quatro da madrugada já tava todo mundo dormindo, pois no dia seguinte começavam as aulas, cedinho. Eu dormi bem antes (estava muito cansado da viagem). Meus amigos de apartamento são muito gente-boa, valorizam a amizade e estão sempre dispostos a ajudar. São esforçados e possuem boas habilidades pessoais. Também adoram tirar alguém pra louco e possuem uma motivação para a diversão como raras vezes eu vi! Pelo jeito, não podia começar melhor...


Nas primeiras semanas, fui tocando minha missão-alvo. Tinha de programar. Pelo menos era isso que me disseram, no começo. Para minha felicidade, minhas tarefas se limitavam a rodar simulações computacionais de engenharia, alimentando o PC com os dados. Além disso, ler artigos científicos. Percebendo a barbada, minha mente inquieta começou a deixar o corpo todo inqueito, também. E idéias vieram. Do dia pra noite, virei corredor, explorador, nutricionista, halterofilista, ciclista, cientista de todos os ramos do conhecimento humano e soldado de elite....heheheh....Ah, e professor de inglês. Mantendo o alto nível nas leituras da língua universal, achei que seria bom negócio praticar a conversação, enquanto transmitia e trocava experiências com outros estudantes da FURG. A idéia foi boa. Com um cartaz estrategicamente posicionado nos campi, consegui dois alunos. E um aluna. Nossos papos, sempre na sala 04 de estudos da biblioteca, nos renderam momentos de descontração e alegria. Até fizemos intercâmbio de livros. Ela foi minha segunda boa amiga que fiz na cidade (depois da Josiara). Esporadicamente, nos encontramos por aí e o papo surge ao natural. Sempre em inglês.
Conheci o Teatro Municipal numa noite de sexta-feira. Era festival de Dança da Região Sul. Muito legal. Curti muito os estilos street (dança de rua), jazz, dança do ventre e outros tipos não-identificados. O público era majortariamente formado pela gurizada dos colégios. Com pessoal animado na platéia e gente competente no palco, nem preciso dizer que foi uma noite inesquecível. Sábado teve de novo. Quase 6 horas, se intervalo. O mais curioso ficou por conta do ingresso: um pacote de fralda. E tinha que ser com gel....


Não se preocupem. Eu aumento mas não invento. Não é por nada que o pessoal está me chamando de Forest Gump. Além de contar histórias, também me flagraram correndo pelo deserto. Foi na praia do cassino (ver o post expedição I). Aí, pegou.

Juliano


Meu dia hoje começou lendo um comentário, enviado por e-mail, que resume uma das essências básicas desse blog. A autoria cabe ao futuro maior sábio da humanidade, o Juliano.

Bah, teu blog tá MUITO massa!!!Aquele sarcasmozinho que tu coloca mata a pau!(ex. a "dífícil" incursão aquática do carinha lá).

Comentários sinceros assim, são minha propulsão para outros sarcasmos...

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Navy Seal



Teve uma época aqui em Rio Grande que eu estava num elevado nível de empolgação com o mundo dos Navy Seal (soldados de elite da Marinha americana). Loquei DVDs, capturei vídeos na internet e passava horas tentando assimilar seus ensinamentos. E sua filosofia.
Embora nasçam para a guerra, há muitas condutas e atitudes que podemos aprender. Entre elas:

1) Não desistir sob nenhuma circunstância; 2) Jamais deixar um companheiro para trás.
Apresentei essa elite para meu amigo, o Chique, e ele também se empolgou. Passou a ver os vídeos e não falava em outra coisa durante uma semana. Entre os filmes assistidos, destaco:
1) Operação Babá;
2) Lágrimas do Sol (filmão);
3) Atrás das Linhas Inimigas 2;
4) Até o Limite da Honra.
No último filme, há uma frase marcante, lida em um livro de poesias pelo comandante para uma soldada:

"Nunca encontrei nada selvagem que tivesse pena de si mesmo. Um pássaro, cairá morto de um galho, sem nunca ter sentido pena de si mesmo."
Sempre que alguém aqui em casa realizava uma atitude "heróica" ou que necessitasse uma dose de força de vontade, lá vinha o uruguaio recitar essa estrofe. Ouvi ela mais de mil vezes.

"HOOOOOYAHHH"







Murais da FURG

A FURG possui uma infinidade de murais, divulgando tudo o que acontece na cidade e na própria FURG. Minha fonte de informações para a maioria de minhas "descobertas" e atividades provém deles. Pena que ninguém lê. Um exemplo: soube, por meio deles, que o Teatro Municipal seria o palco para uma bela apresentação de dança. Vi o cartaz, li e fui (aliás contei uns 15 cartazes enormes, espalhados em todos os cantos). Contei para meus amigos sobre essa apresentação. Todos adorariam ter ido. Só não foram porque não sabiam...
Tudo bem. Eu perco sempre umas duas horas por semana lendo esses verdadeiros mensageiros. Eles são responsáveis diretos pela criação desse blog de aventuras e histórias. Claro, as pessoas que eu paro na rua pra pedir informação também têm seu mérito...
Entre todos os anúncios e cartazes que vi até hoje, há um que mais me chamou a atenção. Não exatamente pelo seu contéudo informativo. Até mesmo porque não aproveitei nada do que estava escrito. Aliás, ele me proporcionou um momento de humor como poucos.
Não vou contar os detalhes que me fizeram esticar os lábios. Olhe e tente achar graça por si mesmo(a). Ele pode ser divertido sob diversos aspectos...









Cartaz encontrado (e roubado) de um dos murais da FURG.

Quartel-General

FOTO 1

FOTO 2

FOTO 3
FOTO 4

Todas as "operações logísticas e administrativas" de minha vida em Rio Grande partem de meu QG central. Ele é o ponto de partida para a conquista da cidade. É a minha referência. É o meu quarto. Ou banheirinho (favor ver glossário ao final do texto).
Tenho orgulho desse meu banheirinho. Apesar de pequeno, ele tem a minha alma e personalidade em seu layout. Tudo muito simples, prático e no estilo de chegar-e-largar-qualquer-coisa-em-qualquer-lugar (com freqüência, a vida interna torna-se impraticável, então, organizo tudo começando do zero). Tudo no melhor estilo solteirão. Além de tudo, ele é uma obra minha, e foi legal vê-lo progredir passo-a-passo. Recebi ele totalmente vazio. Acho que precisaria de um blog apenas para contar a evolução de meu banheirinho. Nas três primeiras semanas tudo o que eu possuía era uma mala, algumas caixas de sapato (que "encomendei" numa loja), um colchão velho emprestado e o próprio chão. Como este último estava com coisas não-identificadas grudadas sobre o parquê, providenciei a compra de um carpete cinza. E veio de Pelotas. Rio Grande não é lá tão independente assim. Mas funcionou. Era lá que tudo ficava. Pra esconder uma série de marcas na parede dos moradores anteriores (parecia que o quarto havia saído de um bombardeio aliado), grudei um pôster do Inter campeão mundial. Perfeito.
O primeiro passo para um maior conforto veio com a compra, em um brick (pra não perder o espírito) de um birô para as roupas (fotos 1 e 4) e outro para o computador (esse não foi em brick, mas o descobri em uma promoção imperdível!). Tendo o birô do micro, agora só faltava arrumar um jeito de trazer o computador emprestado do meu irmão pra cá. A solução veio com um professor que me dava caronas para Porto Alegre. Além de ser obrigado a passar a viagem inteira ouvindo minhas estórias, ainda teve que levar meu PC. Nem avisei o coitado. Na volta para RG, combinamos de nos encontrar na Nilo Peçanha, em frente ao estacionamento do Nacional. Quando ele chegou, as testemunhas presentes puderam presenciar a operação de transferência de duas caixas enormes e pesadas do banco de trás do carro do meu irmão, para o banco de trás do carro do professor. Tudo isso feito na chuva (mas nada molhou!) e em um local de parada temporária e bem no horário de maior movimento no trânsito. Mas foi tudo bem rapidinho e eficiente. Cara-de-pau também tem limite. O professor costuma andar a 60 na estrada, com tempo bom, de dia e com o carro vazio. Naquela vez, porém, com o tempo ruim, de noite e o carro cheio, ele deve ter dirigido a uns 45. Fizemos os 320 km que separam Rio Grande da capital em quase 6 horas e meia. Tá bom. Tudo dentro do espírito (só não sei se o professor compartilhou desse mesmo espírito).
Depois disso, a improvisação de uma série de varais internos também melhorou a qualidade de vida. Mas eu ainda continuava dormindo no chão, no velho colchão. O importúnio terminou semana passada. Por sorte, meu colga de apartamento, o Thiago, ganhou um colchão e cama de casal de seu sogro. Assim, ele me emprestou sua cama e colchão de solteiro! Ótimo, o espírito ainda funcionava!
Claro, ainda poderia citar milhares de pequenas arrumações, improvisações e melhorias. Entre elas, destaco a criação de uma espécie de "rede" (vários fios de polietileno trançados em zigue-zague, ligando o birô das roupas à parede) que me proporcionou um bom lugar para jogar toda a roupa do dia. Um lugar mágico, no canto superior entre as paredes sul e leste, serviu para "colar" a caixa onde veio meu computador (a rede e o lugar mágico pode ser vistas nas fotos 2 e 3, respectivamente). E ainda serviu de ótimo lugar para colocar a Cargueira! Também cito a parte de trás da porta. Ela serve como agenda, guarda (tudo pendurado) coisas-que-um-dia-sei-que-não-vou-precisar, minhas correntinhas e uma infinidade de outros papéis. Tudo grudado com fitas que pego no laboratório onde trabalho. No momento, minha criatividade está em período de repouso. Mas, logo, ela retorna para a aplicação de outras idéias. Princiapalmente porque precisa dar um jeito na janela. Além de minhas frustradas tentativas de vedá-la contra a infiltração do gelado vento polar, ela está meio "bamba". Se encostar ela cai. Nada que umas ripas de madeira pregadas não resolvam.
Quando alguns colegas dos meus amigos viram o banheirinho, concluí que ele não serve apenas como meu QG. É também motivo de diversão para todos que o visitam. E ele está ficando famoso. Até recebeu outro apelido. Por razões óbvias, o pessoal o chama de "o acampamento". E, na sua versão internacional, virou "la campaña". Com certeza, esse banheirinho vai deixar muita saudade.

Glossário:
1) Banheirinho: nome carinhoso, criado pelo Juliano, dado a um confinado habitáculo humano, geralmente mostrando a personalidade daquele que o habita;
2) Birô: todo e qualquer móvel usado para guardar, apoiar ou pendurar algo. Quase sempre tem gaveta;
3) Espírito: força de vontade do ser humano em se obter o máximo fazendo-se o mínimo;
4) Cargueira: mochila usada apenas para o transporte de coisas.

Aulas do Mestrado

Hoje teve início às aulas de Mestrado, no segundo semestre. Elas acontecem sempre nas quartas-feiras, entre 13:30 e 18:50. São duas disciplinas. Teoria Construtal (aplicações de otimizações nos processos naturais na resolução de problemas de engenharia) e Transferência de calor e mecânica dos fluidos computacionais (aplicação de métodos numéricos nos fenêmenos de transporte).
A primeira disciplina, cursada no primeiro semestre, Métodos Numéricos, obtive conceito A. Espero fazer um bom trabalho também mas outras.
Uma coisa que destaco na FURG é o hábito dos alunos de levarem o chimarrão para a sala de aula. Todo mundo leva. Logo que cheguei na minha aula, já tinha uma cuia me esperando! Muito legal!

Feira Ecológica

Toda quarta-feira de manhã, o grupo dos produtores ecológicos vendem seus produtos próximo ao RU da FURG. São os chamados produtos orgânicos, feitos sem o uso de agrotóxicos, defensivos agrícolas ou fertilizantes químicos. Comprei alface verde e vermelho, cenoura e rabanete. A cenoura, particularmente, possui um gosto bastante diferente daquela encontrada nos supermercados. Aprovei.
Os produtores ecológicos utilizam regiões da Ilha dos Marinheiros para seu plantio, uma vez que é a terra mais fértil da região. Pretendo seguir essa dieta complementar a base de verduras, raízes, legumes e hortaliças orgânicas.

Estação Apoio Antártico

Aproveitando um tempo antes do almoço, conheci a Estação de Apoio Antártico (ESANTAR), dentro da FURG, junto aos prédios na Oceanologia. O objetivo da estação é o depósito, manutenção e preparação de mantimentos para pesquisadores, militares e visitantes que farão operações na continente gelado. Rio Grande representa um ponto estratégico na logística de apoio, fomada pelo navio H44-Ary Rangel (Marinha) e do C-130-Hércules (Força Aérea). O primeiro, ao entrar pelos Molhes da Lagoa dos Patos, recebe material no Porto Novo de Rio Grande e no Porto de Pelotas. O avião, aterriza no aeroporto de Pelotas.
Na Estação, fui recebido pela secretária, uma moça muito atenciosa e simpática, chamada Thaís. Ela teve paciência para me mostrar os depósitos e responder todas minhas perguntas. Tivemos uma conversa bastante agradável e a visita foi realmente maravilhosa. São tantos os materiais e equipamentos que meus olhos não puderam perceber todos, nos 20 minutos de visita. Entre os que observei, incluem painés (fotos da antártida e pôsteres de divulgação científica), veículos para neve (projetados com esquis no lugar das rodas dianteiras), botes especiais, equipamentos para escalada no gelo (um grupo de alpinismo de SP acompanha o grupo nas expedições, dando apoio e segurança na exploração e coleta de material), habitações móveis (barracas jaboti), os chamados EMV - equipamentos para manutenção da vida (todo tipo de vestimentas, botas, coletes, isolantes térmico e luvas projetadas com design
, costuras e material especial para regiões frias) e material de apoio logístico (caixotes de mantimentos de entrega aérea por pára-quedas).
A manutenção é feita em Rio Grande e tudo é gerenciado em Brasília, através da CIRM (Comissão Interministerial de Recuros do Mar).
Enquanto tentava entender os aspectos logísticos, administrativos e os propósitos do Brasil na Antártida, a Thaís ia me mostrando os facinantes equipamentos de escalada, peças minúsculas, feitas com os mais resistentes materiais e que podem depender a sobrevivência.

Para saber mais, por favor, clique nos links abaixo:
http://www.esantar.furg.br/
(Site oficial da ESANTAR)
http://www.clicrbs.com.br/rbstv/jsp/default.jsp?programa=3&nome=antartida&pSection=779&grupoid=261&uf=1&local=1
(Programa da RBS-TV)

No final da visita, recebi da Thaís um folder com explicações básicas, um marca-páginas e dois adesivos das insígnias do Programa Antártico Brasileiro. Certamente, voltarei mais vezes
.

Brindes dados aos visitantes na ESANTAR.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Atividades esportivas

Hoje o dia foi marcado pelo início das atividades esportivas na FURG, no segundo semestre. Pela manhã, participei de uma aula de alongamento. Só havia eu e três moças. Elas me pareceram bem simpáticas...acho que vou gostar!
No vespertino, houve a primeira aula de Futsal. A exemplo do alongamento, o público feminino marcou presença majoritária. Curti muito a aula, também.
Pela noite, meu colega de apartamento, o Uruguaio, convidou-me para assistir a uma partida de paddle, em um ginásio bem próximo de onde moramos. Dessa vez, porém, não havia moças. Só meia dúzia de barbados batendo na bolinha com raquetes de cores bastante suspeitas. Impressionante ver a vontade deles! Acho que gostariam de ter sido jogadores de tênis, mas não tiveram sorte...Mesmo assim valeu, pois nunca havia presenciado uma partida de paddle ao vivo e acostumei-me rapidamente com as regras (semelhante ao tênis) e com a dinâmica do jogo (a presença de paredes ao fundo da quadra torna cada game disputadíssimo). É uma pena não dispor de fotos. Fico devendo as imagens.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Navio Encalhado

Em 1976, não suportando a fúria do aceano, o navio Altair encalhou a exatos 15,9 km ao sul da Estátua de Yemanjá, no Cassino. Muitos naufrágios ao longo dos últimos dois séculos têm dado o nome da Cemitério de Navios à essa faixa litorânea. Minha curiosidade não podia passar sem conhecer o Altair. Fui numa tarde de domingo. A pé. Uma grande jornada, um teste de resistência impressionante.

Navio Altair em uma imagem muito antiga, provavelmente dos anos 80, quando a embarcação ainda não havia sido consumida pela corrosão química (fonte: internet).

Impressionante imagem aérea do navio Altair (Fonte:internet)

Semana de Férias



Semana passada, retornei de um período de férias da FURG. Foi uma semana ótima. Pude passar cinco dias com minha família (Farroupilha) e visitar meu irmão (Porto Alegre). Em Caxias, na UCS, também foi realizado um encontro científico e contou com a presença de antigos colegas a dos meus professores da UFRGS e da FURG. O Prof. Jeferson, meu orientador direto, aproveitou para visitar a Serra e me deu uma carona, até a porta de minha casa! Viemos pela Rota Romântica. Foi uma semana realmente muito legal.

Claro, não poderia deixar de relatar as minhas tradicionais Leituras de Férias!!! Nessas, escolhi dois livros do Clive Cussler. Choque mortal, consegui na biblioteca da UCS e Ouro Inca, na da FURG. Excelentes companheiros, conduziram-me a um mundo de aventura, suspense, ciência e romance. O primeiro deles é um livro que me marcou muito. Não apenas se detém a longas narrativas de ação e batalhas, mas também mostra um profundo lado emocional dos personagens. Em um certo momento, o livro relata a luta pela sobrevivência em alto-mar e o romance entre Dirk Pitt e Maeve Fletcher. A força de vontade de Pitt em sobreviver é comovente e inspiradora. A sensibilidade e o amor puro de Maeve mostram um lado da existência humana como eu nunca havia visto ser explorada na literatura de aventura. Infelizmente, ela não resiste e morre nos braços de Pitt. Não sem antes um declarar seu amor ao outro. A descrição dessa cena é perfeita, conduzindo o leitor para dentro da história. Pude sentir os sentimentos e emoções dos personagens. É um livro para quem gosta de viver intensamente, como Dirk Pitt.

Corrida de Rua

Sou o mais novo integrante da ARCOR, a associação dos corredores de rua da cidade. Recebi minha carteirinha semana passada (foto em destaque superior). Correr, acima das resistências físicas é, antes de mais nada, pura resistência mental. É uma bos forma de medir o quando estamos motivados e nossa atitude perante a vida. Nosso sucesso em uma corrida de rua de média e longa distância depende diretamente da nossa capacidade de respeitar, conhecer e motivar a nós mesmos. Por isso, essa atividade me atrai. Comecei a correr por hobby, como uma tentativa de recuperar a velha forma física que a faculdade prejudicou. Fui ganhando confiança, comprei um tênis apropriado e passei a competir nas provas organizadas pelo município. Até o momento, já ganhei 3 medalhas (foto em destaque inferior) nas corridas Dia do Desafio (8 km, à meia-noite do dia mais frio!), Rústica de São Pedro (11,2 km) e Etapa Estadual do SESC (10 km). Domingo também começou o Gran Corridas de Rua de Rio Grande. Infelizmente, por não estar em boas condições, não corri essa etapa. Mas daqui 3 semanas tem de novo! Minha idéia agora é tentar correr todos os dias, pelo menos 8 km. O próximo grande desafio será durante o veraneio, na praia do Cassino. Lá será a largada para a tradicional e nacionalmente consagrada Supermaratona Cidade do Rio Grande (foto maior, embaixo). São 50 km. Espero estar preparado para mais essa. Até lá, vou continuar correndo, sentindo o vento no rosto, os músculos trabalhando em harmonia, a saúde sendo readquirida. Correr, a melhor vacina para as doenças, do corpo e da mente. Uma etapa na compreensão interior. Uma conversa profunda consigo mesmo. Por tudo isso, parafraseando Lusiadas: Navegar (e correr) é preciso...


Imagem de Satélite da região municipal de Rio Grande, indicando o percurso da Supermaratona (linha azul). Fonte: Google Maps
Faço abaixo um balanço de meu desempenho nas corridas do Primeiro Semestre.
30-mai --- Dia do Desafio ---- 8 km ------ meu tempo: 49´20 --------tempo do 1º: 27´
29-jun ---- Rústica de São Pedro ---- 11,2 km ------------ 59´22 ----------------------- 37´44
08-jul ----- Etapa do Circuito SESC -- 10 km ------------- 56´20 ----------------------- 31´57
O segundo semestre promete. Haja perna.





Vida de Marinheiro


O último final de semana foi marcado por um maior conhecimento sobre como funcionam as "coisas do mar". Fiz vários contatos. Conheci pontos de ancoragens de embarcações na Lagoa, pavilhões para guardar as embarcações menores e o procedimento burocrático que rege a vida marinha. O Yacht Club e o Clube de Regatas também são ótimas opções para a compra de embarcações usadas. É uma vida que está me trazendo grande entusiasmo, talvez pela novidade e oportunidade que estou tendo em vivenciar esse mundo. Penso em tirar a licença de marinheiro amador, na categoria arrais (pequenas embarcações sem motor). Antes disso, vou ler o famoso livro Navegar é Fácil (imagem menor. Fonte: internet) para me preparar para a prova escrita na Capitania dos Portos do Rio Grande do Sul. Depois de me aprofundar no conhecimento das marés, orientação marinha, correntes e ventos, penso em comprar ou um pequeno veleiro de fibra, ou um caiaque-duke ou um bote de vinil. Antes, quero conhecer nas vantagens e desvantagens de cada um, até mesmo porque meu objetivo é puramente o esporte e a recreação. Talvez, em um futuro próximo, após adquirir uma experiência mínima, penso em explorar mais lagoas, canais, lagos e rios do estado.

Sabádo passado visitei o Grupo Escoteiro do Mar Riachuelo. Em 2001, quando eu integrava o GE Salto Ventoso, de Farroupilha, fizemos uma visita a esse grupo. O Chefe Teixeira, na ocasião, nos recebeu e nos mostrou a cidade de Rio Grande, inteirinha. Minha esperança era encontrá-lo novamente. Infelizmente, ele não mora mais aqui. O grupo deles decaiu muito, também. Mas o pessoal que resto é muito legal e hospitaleiro e me orientaram muito nas minhas idéias de ser um argonauta marinho. Além disso me convidaram para um almoço, domingo, com outros grupos escoteiros da cidade e também para um acampamento numa região muito bonita, próxima ao bairro da Quinta, em Rio Grande. Lá, me disseram que há um morro de areia enorme, onde é possível visualizar todo o litoral e as lagoas, numa visão panorâmica. No almoço, teve arroz sem sal, e milhares de sobrecoxas, assados no fogo. No melhor estilo escoteiro. O pessoal aqui tem uma característica muito curiosa. São os únicos no Brasil que conseguem misturar elementos militares, gauchescos e escoteiros. Imagina o produto dessa salada. Mas talvez seja melhor assim, o aprendizado se torna ainda maior.

Rio Grande guarda, também, o segundo Grupo Escoteiro mais entigo no estado, o Silva Paes, de 1939. E também, o mais antigo GE do mar estadual e segundo no país. Ironicamente, é o Riachuelo, que quase fechou suas portas por falta de colaboradores.

Para saber mais informações sobre a navegação no Brasil, consulte os links:

http://www.mar.mil.br/dhn/chm/ (Site do Centro de Hidrografia da Marinha. Consulta de cartas náuticas, publicações, sinalizações marinhas, cartas sinópticas emeteorologia oficial)
(download de cartas náuticas eletrônicas - Sistema RASTER)
http://www.mar.mil.br/dhn/bhm/publicacao/catalogo/htm/livro.htm (livro para navegação básica. Muito bom pra quem pretende ser marinheiro amador).
http://www.mar.mil.br/dhn/bhm/publicacao/catalogo/htm/livro.htm (maior portal brasileiro para a prática do mergulho amador).

O velho amigo Teixeira realizando uma "dificíl" incursão aquática.
Fonte: site do GEM Riachuelo.